Bolsonaro defende trabalho infantil em sua live mais recente
- Jornal Expresso Anhembi
- 16 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de out. de 2020
Nota sobre Política
Por: Camille de Queiroz Lima
Em sua transmissão ao vivo realizada na última quinta feira (15), o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre um caso (mesmo ainda não tendo certeza sobre a veracidade de tal ocorrido) e defendeu explicitamente o trabalho realizado por crianças, proibido em todas as formas para menores de 14 anos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), expresso no Art. 60. "É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade.” .
Acompanhado pela pequena youtuber Esther Castilho, de 10 anos, Bolsonaro fez inúmeras piadas (algumas delas, gordofóbicas e misóginas) e se referiu ao evento recente de um menino, residente de uma cidade interiorana de Goiás, que trocou seus “serviços” como engraxate por um relógio que pretendia presentear a seu tio no Dia dos Pais, dizendo que, caso a “molecada” quisesse trabalhar, era para deixá-los trabalhar, e disse também que, caso o menino estivesse na Cracolândia, [as pessoas] não fariam nada a respeito para tirá-lo de lá.
"Tem uma história que não apurei se é verdade ou falsa, mas tá na internet. […] Um garoto com caixa de engraxar, ele foi no relojoeiro para comprar 1 presente para o pai. O relojoeiro deu pra ele, devolveu o dinheiro, e parece que alguém do Ministério do Trabalho notificou o dono dizendo que estava fazendo apologia ao trabalho"
"[...] Deixa o moleque trabalhar. Eu trabalhei, aprendi a dirigir com 12 anos. Molecada quer trabalhar, trabalha. Hoje, se está na Cracolândia [em São Paulo], ninguém faz nada com o moleque”
Esse tipo de comentário, porém, não foi inédito ao Presidente. Em uma transmissão realizada em julho do ano anterior, Bolsonaro teria falado sobre si mesmo e seus irmãos tendo começado a trabalhar na roça desde pequenos, e que isso não os teria prejudicado; disse também que o trabalho não atrapalharia a vida de ninguém, mas que não iria apresentar nenhum trabalho descriminalizando tal ato pois seria “massacrado”.
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