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RESENHA: RICARDO E VÂNIA

  • Jornal Expresso Anhembi
  • 29 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

POR: MARIA JULIA BATISTA CAMARGO


RICARDO E VÂNIA

FELITTI, Chico. Ricardo Vânia: o maquiador, a garota de programa, o silicone e uma história de amor. 1.Ed. São Paulo: Todavia, 2019. 192 p.


Uma matéria publicada pelo autor Chico Felitti no site da Buzzfeed sobre o “Fofão da Augusta”, rendeu milhões de acessos e comentários sobre a figura de Ricardo Corrêa da Silva, eternizado na obra “Ricardo e Vânia'' pelo mesmo autor. Ganhador dos prêmios Comunique-se e Petrobras de jornalismo, Chico Felitti dá voz a uma parcela da população brasileira, quando escreveu sua obra que traz à tona assuntos sobre homossexualidade nos anos 80, na atualidade. Uma história com grandes reviravoltas dominam as 192 páginas do livro Ricardo e Vânia. Uma obra pelo olhar sensível de Chico em que conta a vida de Ricardo, que se tornou um famoso cabeleireiro em sua cidade natal e a sua chegada pelas ruas do centro de São Paulo, até o seu falecimento. Além de revelar com exclusividade, o romance vivido por Ricardo e Vagner que se descobre Vânia no decorrer da história contada no livro. Posteriormente, após o falecimento de Ricardo, Chico se encanta pela vida da qual Vânia vive atualmente em Paris, se envolve pela sua história e passa a descrevê-la nas páginas seguintes trazendo também os detalhes da vida em que Vânia vivia com Ricardo e outros personagens que passaram pela vida de ambos. A maneira como o autor narra a vida por trás de uma das histórias mais conhecidas pelos paulistanos do ‘’Fofão da Augusta’’, é de um ponto de vista humanizado e focado em desmistificar a figura que muitas pessoas têm medo. Ademais, o livro aborda sobre temas muito impactantes na sociedade brasileira, como o preconceito contra homossexuais, principalmente na epidemia da AIDS nos anos 80 que levou Ricardo e Vânia ao insucesso de suas carreiras como cabeleireiros na sua cidade natal, até a marginalização dos grupos menos favorecidos quando narra a realidade dos companheiros de Ricardo nas ruas de São Paulo, como seu amigo Carlos. Carlos Antonio de Barros, o personagem que mais me chamou atenção pela simplicidade que exala através da narrativa. Por mais que sua história tenha suas turbulências como ter ido morar com a mãe, a tentativa do suicídio e o namorado com “pendência na Justiça”, Carlos foi uma das poucas pessoas que conheciam Ricardo de fato, além de Vânia. E por esse motivo, ter contribuído com muitas histórias que nos fazem entender melhor quem era aquela pessoa por trás dos quase meio litro de silicone que Ricardo carregava em seu rosto. A obra é um ponto inicial para abertura da discussão sobre a sociedade brasileira que ainda apresenta traços conservadores e preconceituosos em relação à homossexualidade. Com a crescente luta pelos direitos LGBTQIA +, Ricardo e Vânia foram figuras de resistência, juntamente com seus colegas que frequentavam a boate Medieval, dentre outros que continuaram lutando e acreditando numa sociedade mais receptiva e empática. Por isso, Ricardo e Vânia é uma obra trágica, verdadeira, brilhante e encantadora e tudo isso prende a atenção ao querer entender mais sobre a vida e a morte de Ricardo, e o desenvolvimento da história pela perspectiva de Vânia. O desenvolvimento da narrativa em que Chico descreve, mostra personalidades fortes e autênticas de pessoas que estão na busca de suas felicidades em meio às dificuldades da vida.


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